segunda-feira, 22 de março de 2010

Arnaldo Baptista e a nossa loucura...


A idéia para este post surgiu quando assisti o filme Loki, um documentário sobre a vida de Arnaldo Baptista, fundador de uma das bandas mais importantes do Brasil e do mundo, os Mutantes.

Muitos devem conhecer a banda, os mais jovens um pouco dispersos nem tanto, mas o fato é que os Mutantes mudou a musica, Arnaldo, com seu irmão Sergio e sua namorada Rita Lee, fizeram um som diferente e com extrema competência. Dessa forma a banda conquistou o mundo, e quando acabou deixou o cenário musical com uma lacuna não preenchida até hoje.

O documentário Loki foi ovacionado por muitos críticos e aplaudido de pé em seu lançamento. De fato o filme é excelente, e para quem gosta de musica e dos Mutantes é um prato cheio, com imagens raras e entrevistas interessantíssimas. O diretor Paulo Henrique Fontenelle soube trabalhar o material que tinha em mãos, e teve consciência da importância disso tudo. Ele fez com que tudo transcorresse de uma forma muito natural e o resultado foi um material coerente com a figura de Arnaldo Baptista. De fato é um bom filme, o que cala a boca das pessoas que falam que o Canal Brasil (canal que produziu o filme) não faz coisa boa!

Mas o post não é sobre o filme, não é sobre musica e muito menos uma critica as pessoas que falam mal do Canal Brasil.

Quero falar aqui do que mais me chamou a atenção no documentário e na vida de Arnaldo Baptista, que é a figura de Arnaldo, e sua loucura.

É incrível pensar na forma meteórica que foi a vida de Arnaldo, de um jovem talento da musica até ser considerado um louco e internado 5 vezes. Em seus depoimentos ele fala abertamente da vez em que ele se jogou da janela em sua ultima internação.

Abalado com a separação de Rita Lee, cansado de falar e simplesmente ser taxado de louco junto com o uso incansável das drogas (LSD), fez com que ele simplesmente se jogasse da janela. Esse episódio acarretou seqüelas profundas em Arnaldo.

Além de todos esses fatores que o documentário retrata muito bem, fica algumas coisas que a historia de vida de Arnaldo pode nos fazer refletir. Fica muito claro que durante muito tempo Baptista foi uma pessoa incompreendida, tratado como louco as vezes. E na maioria das vezes tratado como louco por pura falta de compreensão das outras pessoas.

É complicado pensar sobre isso, e é mais difícil ainda admitir que em muitos momentos algumas pessoas não possuem a capacidade de entender o que queremos falar, ou pior, não compreendemos o que o outro quer nos dizer! Arnaldo foi um incompreendido (palavras de seu irmão Sergio) e é a materialização da musica "Balada do Louco". Seus pensamentos e idéias eram muito além do tempo em que ele vivia.

É muito tocante a parte do filme em que ele fala sobre essa dificuldade de sua vida, além da parte em que fala francamente do momento em que ele "joga o jogo mais alto que existe".

Fiquem com esses dois trechos do filme, e reflitam se você esta compreendendo as pessoas a sua volta, e se elas estão compreendendo você. E para quem se interessar, o vídeo fica disponivel no youtube, além de poder baixá-lo via torrent.



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